Congadas de Atibaia participam do Revelando SP no próximo dia 19

Tradição com aproximadamente 270 anos de história, as Congadas de Atibaia se apresentam no próximo dia 19 no Revelando SP, festival de cultura tradicional paulista que acontece entre os dias 16 e 19 de novembro no Parque da Água Branca, em São Paulo. Com entrada gratuita, o evento reúne artesanato, culinária e manifestações culturais de todo o estado de São Paulo, além de shows com grandes nomes da música brasileira, oferecendo a oportunidade de conhecer e prestigiar a diversidade que compõe a identidade e o patrimônio cultural paulistas.

 

As Congadas Rosa e Vermelha se apresentam neste domingo (19), em uma programação que abrange outras manifestações tradicionais e populares como catira, fandango caiçara, jongo, folia de reis, capoeira e mamulengos, dentre outras. O estande dos Doces Caseiros Casarão também representará a cidade no evento participando, com seus 59 anos de tradição, dos quatro dias de festival ao lado de outras iguarias da culinária tropeira, caiçara e caipira, como fogado, canjiquinha, virado, cuscuz, peixe de varal, farofa de içá e outros pratos da gastronomia paulista.

 

Os representantes atibaienses foram selecionados pela chamada pública do festival, que pretende valorizar os saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, formas de expressão cênicas, plásticas, musicais, lúdicas e gastronômicas, transmitidos de geração a geração e reconhecidos pelas comunidades e grupos como parte integrante do patrimônio cultural paulista. Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo – por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o evento tem gestão e produção da Associação Amigos da Arte.

 

Congadas de Atibaia

Atibaia tem participado do Revelando SP desde as primeiras oportunidades, chegando a ser sede de algumas edições do Revelando Entre Serras e Águas. A cidade conta quatro grupos de congada – Azul, Verde, Rosa e Vermelha, cada um com sua história e particularidade, mas todos contribuindo para preservar canções e orações ancestrais, muitas ainda em latim, e um calendário de festas que inclui o aniversário da cidade e dia do padroeiro São João Batista (24 de junho) e o Ciclo Natalino.

 

A Congada Azul, radicada no bairro da Boa Vista, destaca-se pelo grande número de mulheres, muitas delas da mesma família. Seu mestre mais conhecido foi o Sr. José de Souza e, atualmente, o grupo é coordenado por sua filha, Maria Rosalina, e sua neta, Amanda do Rosário. Além da devoção à Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, a Congada Azul também homenageia Nossa Senhora Aparecida, figura representada na bandeira sagrada dos congadeiros desse grupo. Participou, ao lado da Congada Verde, da edição do Revelando SP que aconteceu em outubro, em São José dos Campos.

 

Originária da região central da cidade, a Congada Verde é conhecida por ser responsável pelas rezas de Alvorada no Santo Cruzeiro e por manter a tradição das bandeiras dos mastros nas cerimônias do Ciclo Natalino. Numerosa e com vários membros da mesma família, é chefiada pela Sra. Lurdes – que cuida pessoalmente das fardas e chapéus do grupo, e seu marido, o Sr. Amaro. O casal, bastante respeitado entre os congadeiros da região, é famoso por promover festas em louvor de São Gonçalo do Amarante.

 

Uma das mais antigas, a Congada Rosa conta com cerca de 45 integrantes, dos bairros de Caetetuba, Jardim Cerejeiras, Jardim dos Pinheiros e Alvinópolis. Assim como a Congada Verde, já não realiza mais a embaixada – espécie de teatralização que retratava a vida e a política do país com reis, príncipes, marujos e capitães, embora ainda contribua para preservar o patrimônio cultural constituído pelos tambores, violas e ladainhas dos Ternos de Congo.

 

A Congada Vermelha é a única que utiliza chapéus forrados de azul, uma tradição mantida há mais de 40 anos. Originada no Bairro do Portão, tem sua história marcada pela liderança da família do Sr. Ernesto Batista e dos descendentes da família Poloni. Hoje, a filha do Sr. Ernesto, Silmara Batista, e seu neto, Adonai, coordenam o grupo, mantendo a prática peculiar dos gambitos, bastões de madeira pintados fabricados pelo grupo para substituir as espadas de metal.

 

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