Monica Salmaso

Monica Salmaso lança o projeto “Caipira on-line” com apresentações inéditas

A estreia acontece no dia 19 de novembro, com transmissão pelo youtube da artista. Semanalmente, a cantora recebe um convidado e traz repertório preparado especialmente para cada data.

Cinquenta anos de vida. Mais de 25 anos de carreira. Tal qual um rio, Mônica Salmaso foi seguindo seu curso, sem cessar o fluxo para fazer um balanço dessa trajetória. A nascente é clara e límpida, os caminhos percorridos com consciência, mas o ritmo da vida jamais permitiu esse apanhado em perspectiva.

O hoje está debruçado, entre outras coisas, no último disco solo, “Caipira”, de 2017, com o qual estava percorrendo o Brasil quando veio a pandemia. Para fechar este ciclo, Mônica decidiu preparar quatro apresentações especiais, que terão transmissão online todas as sextas, às 21h, a partir de 19 de novembro.

A cada semana, ela recebe um convidado (Conversa Ribeira, Paulo Freire, Sérgio Santos e Rolando Boldrin) e divide com o público um roteiro novo, com inspiração no universo do disco. Batizado de “Caipira Online”, – sem negar o curioso paradoxo que o título desperta -, o projeto tem patrocínio da Seguradora Icatu e realização do Ministério do Turismo.

Voltemos, contudo, à nascente. Apontada por unanimidade como uma das grandes cantoras surgidas nas últimas décadas, Mônica confessa ter trabalhado tão arduamente durante todos esses anos ao ponto de não ter se dado conta do quanto caminhou até aqui. Convive com o espanto de, por muitas vezes, ainda ser vista como “uma revelação”. “O meu trabalho sempre foi de formiguinha. Não tinha a compreensão da linha do tempo, mas agora estou olhando para a obra que construí e entendendo melhor esse percurso”.

Nos 12 discos que lançou e 3 dvds, há uma identidade que se impõe além da voz. Uma linha narrativa nos trabalhos conectados pela essência da intérprete. A Mônica Salmaso que mergulhou inteiramente no universo caipira no disco homônimo, já transitava por esse mundo em discos como ‘Trampolim’ (seu segundo trabalho) e durante toda a sua trajetória. A cantora que estreou visitando os afro-sambas de Baden e Vinícius, fez songbooks de Chico Buarque, Paulo Cesar Pinheiro e Guinga, e gravou discos aclamados como ‘Voadeira’ e ‘Iaiá’, permanece fiel unicamente à música que nela habita.

Em tempos voláteis, a perenidade da construção de Mônica Salmaso é cada vez mais evidente. Em um Brasil de vozes femininas, seu canto tem avistado novos horizontes. Se a pandemia obrigou a todos a uma parada física, os movimentos da artista ficaram ainda mais intensos. O melhor exemplo é o ‘Ô de casas’. Ano passado, nasceu esse bem-sucedido projeto (que segue em curso), no qual ela produziu nada menos do que 171 vídeos, dividindo a tela com alguns dos maiores nomes da música brasileira (de Chico Buarque a Guinga, de João Bosco a Dori Caymmi), da mesma forma como aconteceu com imensamente talentosos artistas da nova geração que contam com a sua admiração.

A própria Mônica confessa ter se surpreendido com a adesão de um número tão grande e amplo desses artistas que confiaram nela e se dispuseram a participar de um panorama musical com o único intuito de levar música e afeto às pessoas durante a pandemia. Nada mais que a colheita advinda de décadas de semeadura. Mergulhando em um repertório essencial e vasto, Mônica comprovou que as pessoas seguem sedentas de arte e beleza. Os números nas redes sociais deram um salto imenso após o início do projeto. No instagram, pulou de 12 mil para 112 mil seguidores. No facebook, de 8 mil para 146 mil. E o seu canal do youtube já conta com mais de 146 mil seguidores.

“Caipira Online”
A interrupção da turnê de “Caipira” deixou um travo amargo em todos que participavam do projeto. Com o mundo ainda em estado de suspensão, nasceu a ideia de preparar essa nova viagem rumo ao Brasil profundo. Batizado de “Caipira Online” o projeto traz, a partir de 19 de novembro, quatro apresentações inéditas, a cada sexta-feira, sempre às 21h, com um convidado diferente por semana: Conversa Ribeira (19 de novembro, Paulo Freire (26 de novembro), Sérgio Santos (3 de dezembro), Rolando Boldrin (10 de dezembro).

A cantora apresenta canções do CD “Caipira” e outras escolhidas dentro deste universo com os músicos que a acompanharam na turnê de shows pelo Brasil: Neymar Dias (viola caipira), Lulinha Alencar (acordeon e piano), Teco Cardoso (flautas), Luca Raele (clarinete) e Ari Colares (percussão). As gravações aconteceram em São Paulo, no estúdio Monteverdi, do pianista André Mehmari, habitual parceiro de Mônica.

O repertório apresenta ainda canções nunca gravadas por Mônica e passeia pela sua longa trajetória. “Quando fiz esse disco, pensava naquele brasileiro do interior do país, mas que também traz o interior de si mesmo. A relação com a natureza faz parte da vida dessas pessoas de uma forma diversa. Elas possuem um ponto de vista físico amplo, o que amplia também seu próprio universo interior. O espaço de contemplação para fora também se reflete para dentro. Queria entrar em contato com isso”.

Voltando à questão da identidade, o roteiro amarra com naturalidade gravações anteriores como “Moro na Roça” (D.P. Adap Xangô da Mangueira e Zagaia), “Menina, Amanhã de Manhã” (Tom Zé / Perna), ‘Beradêro’ (Chico César), ‘Minha Palhoça’ (J. Cascata) às canções do “Caipira”, além de músicas nunca gravadas por Mônica, como ‘Amanheceu, peguei a viola’ (Renato Teixeira) e ‘Voz’ (Sergio Santos/Paulo César Pinheiro). Como a própria Mônica observa, nem todas as canções nasceram caipiras, mas receberam um tratamento especial no projeto. Relidas com propriedade pela artista que, mesmo morando na capital, carrega essa alma expandida que tanto a fascina.

Os convidados foram escolhidos pela afinidade que possuem com o universo de Caipira e com a própria Mônica. No episódio de estreia, o trio Conversa Ribeira, formado pela cantora Andrea dos Guimarães, pelo violeiro e cantor João Paulo Amaral e pelo pianista e acordeonista Daniel Muller. “Admiro muito a qualidade da leitura que eles fazem do universo da música caipira”, revela. “Eles são de uma geração mais nova do que a minha, têm a compreensão profunda da importância da cultura da música caipira ao mesmo tempo que possuem conhecimento musical e sabedoria para ampliarem criativamente essa linguagem sem perder os vínculos essenciais. Sou fã de carteirinha”.

Na segunda apresentação, é a vez do violeiro Paulo Freire. “Ele não poderia deixar de participar deste momento, afinal foi ele quem, “literalmente”, abriu a mala para esse mundo, me trazendo diversos cds, vinis e fitas cassete com uma triagem de uma vida inteira dedicada a este assunto”. “Além do conhecimento de pesquisador, ele tem um trabalho de violeiro, contador de causos e escritor muito sério, de muita qualidade e que eu adoro”.

O terceiro dia traz como convidado o cantor, compositor e violonista mineiro Sergio Santos, de quem Mônica gravou duas canções no disco “Caipira”“Ele tem uma obra musical muito autoral e profundamente brasileira. Sergio Santos fala do Brasil e de seus interiores em tudo que compõe”.

No encerramento de “Caipira Online” é a vez de Rolando Boldrin“É uma alegria ter como convidado especialíssimo o cantor, ator, compositor, pesquisador, grande artista, Rolando Boldrin. Sobre o papel dele na valorização da cultura popular brasileira, o que posso dizer é toda uma vida dedicada a mostrar para o Brasil o que temos de mais forte, de mais rico, de mais único e de mais potente em termos de identidade. Para mim, Boldrin é um Gigante Brasileiro. Alguém que merece todas as reverências, por tanto que ele nos dá há tantos anos”.


“Caipira Online”

– 4 apresentações especiais de Mônica Salmaso e convidados, sempre às sextas
19/11 – Conversa Ribeira
26/11 – Paulo Freire
3/12 – Sérgio Santos
10/12 – Rolando Boldrin
Horário: 21h
Ingressos Conscientes: através do canal Sympla com link direto e QR code durante a exibição.
Link ingressos: https://www.sympla.com.br/caipira-online—monica-salmaso-convidados-especiais-trio-conversa-ribeira__1397335 *
Patrocínio: Seguradora ICATU
Realização: Ô de Casas Produções Artísticas e Lei de Incentivo à Cultura – Secretaria Especial de Cultura – Ministério do Turismo

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