Almir Sater

ALMIR SATER

Já ouvi que a “viola” tem parte com o Diabo, que ela é Divina, que é importada, que é um instrumento genuinamente brasileiro.

Seja o que for, a viola, e os violeiros, fazem parte de nossa gente que com talento e persistência resistem para que não morra um gênero que nos deu verdadeiras obras-primas.               

 Por incrível que pareça, neste Brasil continental, alguns instrumentos já foram considerados aristocráticos, outros plebeus.  Alguns foram chamados “de Deus”, como o Órgão, por exemplo, e outros “do diabo” como a VIOLA CAIPIRA.

A viola já sofreu perseguições, preconceitos, etc., mas pouco a pouco foi tomando conta de nossos corações e hoje ela é considerada “dos Santos” como, por exemplo, São Gonçalo do Amarante.

É uma consideração que alegra qualquer violeiro, principalmente porque,  além de ser dos santos,  é um instrumento do povo. 

Um instrumento de grandes Artistas como Inezita Barroso, Rolando Boldrin, Tião Carreiro, Renato Teixeira, Renato Andrade, Roberto Corrêa e… Almir Sater…

Nascido em Campo Grande, MS, em 1956, com 20 anos de idade Almir Sater foi para o Rio de Janeiro estudar direito.  Diz a lenda, ou a história, que um dia ouviu uma dupla tocando violas no Largo do Machado e selou ali seu destinoseria violeiro.

Deixou o curso de direito, tomou aula com o “Deus Carrancudo” Tião Carreiro e, voltando para sua terra, criou a dupla Lupe e Lampião. 

Em 1979 encontra, em São Paulo, sua conterrânea Tetê Espíndola, líder do grupo Lira Selvagem e passa a acompanhá-la.                                

Sua atividade é intensa. Acompanha Diana Pequeno, participa do show “Vozes & Violas” e do Festival de Música MPB Shell, da Rede Globo com a música Varandas…

 Em 1981, grava seu primeiro disco, pela Continental: Almir Sater.

Em 1982 grava Doma, pela RGE, em que fica marcada sua parceria com Paulo Simões.

Em 1984 cria, com o novo parceiro e José Gomes, a Comitiva Esperança, que viaja pelo Pantanal mato-grossense pesquisando seus costumes e sua música.

É um trabalho de interação entre os músicos e a população, que tem repercussão nacional e responsável pelo disco Almir Sater Instrumental (Som da Gente, 1985), trabalho de grande importância que mistura gêneros regionais e urbanos. Realizam, também, um filme de média-metragem.

Seu nome já era conhecido em todo o país quando, em 1986, lançou Cria (3M), início de sua parceria com Renato Teixeira e que seria responsável por belíssimas músicas que são verdadeiros clássicos de nosso cancioneiro.

Em 1989 foi a vez de Rasta Bonito (Continental) em que a viola caipira encontra o banjo norte-americano, num trabalho instigante gravado em Nashville (USA).

 Em 1990 é consagrado também como ator, na novela Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa  – TV Manchete.  

“Comitiva Esperança”, cantada com Sérgio Reis, “Um Violeiro Toca”, com Renato Teixeira e “Tocando em Frente”, com Maria Bethânia, estavam em todas as paradas nacionais.  A viola deixa de ser instrumento interiorano.  Almir Sater ganha as pequenas e grandes cidades, as escolas primárias e as universidades, os jovens e velhos que amam a MPB.

Sua biografia é vasta e este é um texto para internet e, portanto, deve ser pequeno. Mas…

Como dissemos no início, a viola, e os violeiros, fazem parte de nossa gente e com talento e persistência resistem para que não morra um gênero que nos deu verdadeiras obras-primas.               

E muitas dessas obras-primas são compostas e cantadas por Almir Sater – violeiro brasileiro, universal.

Yassír Chediak

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